Vocês já ouviram falar em “peak oil” e o fim da indústria do petróleo?! Sabiam que nosso clima irá mudar radicalmente com ou sem emissões de CO2?! É verdade que pandemias infecciosas estão confirmadas para este século?!
As três perguntas com tons de exclamação envolvem debates atuais sobre (1) recursos não renováveis e crise energética; (2) mudanças naturais (vulcanismo, deriva continental, terremotos, tsunamis, meteoros, inversão magnética dos pólos, máximo solar, etc.) e a ação antrópica para o bem e para o mal; (3) limites biológicos de nossa espécie e todas as ameaças por outros organismos (uns já conhecidos por nós, mas hoje resistentes aos nossos fármacos, outros ainda emergentes).
Ok, ok, não pretendo escrever aqueles textos enormes e muitas vezes chatos sobre “conservação da natureza isso, temos que ser bonzinhos com as flores aquilo”. Afinal, eu sou um biólogo de verdade e não alguém tentando defender ideologias equivocadas, ou mesmo apenas fazer parte da “moda ambientalista” da pequena burguesia. Em meu trabalho com parasitas de animais silvestres tenho visto muita dor na natureza que ainda pode fazer parte de nosso dia a dia humano, apenas citando um dos aspectos do parágrafo anterior.
Quero escrever aqui sobre o que sabemos de verdade, e, onde for possível, as ações de verdade. Por exemplo, leio e escuto com freqüência pessoas que defendem o meio ambiente como se fossem salvar algo para sempre, preservar floras e faunas como se elas fossem sistemas fixos e eternos. Se há algo que é imperioso na história dos sistemas biológicos chama-se mudança. Em outras palavras, evolução para sobreviver e replicar os genes eternos. Nosso planeta mudará de um jeito ou de outro! Claro, nós esperamos que essa mudança não seja para algo hostil à nossa própria sobrevivência.
Só de escrever isso, alguns já ficam de cabelo em pé, mas não confundam um debate sobre a ação nociva de modelos sócio-econômicos humanos (colonialismo/ capitalismo/ imperialismo) com a atividade humana em si sobre a natureza. Nós fazemos parte dela, por ela e para ela. Como qualquer outro ser vivo, somos frutos gerados pela evolução por seleção natural. Nós não somos alienígenas neste planeta!
Em comum acordo, quando éramos apenas caçadores-coletores vivíamos sem sermos os responsáveis pela destruição de ecossistemas e a extinção em massa das espécies. Todavia, sabemos que não somos mais assim, sabemos também que a história não se repete e que mesmo em um chamado mundo “neotribal”, se isso viesse realmente a acontecer, seríamos muito diferentes dos nossos ancestrais das tribos humanas no neolítico.
Nós somos uma espécie que só ocorre neste planeta, ou seja, somos endêmicos da Terra. Hoje não possuímos tecnologia alguma para dominar nosso clima e a evolução das espécies, assim como não podemos fugir daqui para outro lugar. Precisamos de tempo para tentar conseguir avançar nisso, mas tempo é algo que talvez não tenhamos.
Se uma crise global de recursos se estabelecer, como nós nos comportaremos em um mundo quase sem energia elétrica e combustíveis fósseis? Adianto para vocês que nosso comportamento primata para disputa de recursos e território é um só: guerra!
Chimpanzés fazem guerra por território e recursos naturais. Nós, como é de se esperar, fazemos o mesmo, mas de forma muito mais elaborada, entenderam?!Ok, ok, não pretendo escrever aqueles textos enormes e muitas vezes chatos sobre “conservação da natureza isso, temos que ser bonzinhos com as flores aquilo”. Afinal, eu sou um biólogo de verdade e não alguém tentando defender ideologias equivocadas, ou mesmo apenas fazer parte da “moda ambientalista” da pequena burguesia. Em meu trabalho com parasitas de animais silvestres tenho visto muita dor na natureza que ainda pode fazer parte de nosso dia a dia humano, apenas citando um dos aspectos do parágrafo anterior.
Quero escrever aqui sobre o que sabemos de verdade, e, onde for possível, as ações de verdade. Por exemplo, leio e escuto com freqüência pessoas que defendem o meio ambiente como se fossem salvar algo para sempre, preservar floras e faunas como se elas fossem sistemas fixos e eternos. Se há algo que é imperioso na história dos sistemas biológicos chama-se mudança. Em outras palavras, evolução para sobreviver e replicar os genes eternos. Nosso planeta mudará de um jeito ou de outro! Claro, nós esperamos que essa mudança não seja para algo hostil à nossa própria sobrevivência.
Só de escrever isso, alguns já ficam de cabelo em pé, mas não confundam um debate sobre a ação nociva de modelos sócio-econômicos humanos (colonialismo/ capitalismo/ imperialismo) com a atividade humana em si sobre a natureza. Nós fazemos parte dela, por ela e para ela. Como qualquer outro ser vivo, somos frutos gerados pela evolução por seleção natural. Nós não somos alienígenas neste planeta!
Em comum acordo, quando éramos apenas caçadores-coletores vivíamos sem sermos os responsáveis pela destruição de ecossistemas e a extinção em massa das espécies. Todavia, sabemos que não somos mais assim, sabemos também que a história não se repete e que mesmo em um chamado mundo “neotribal”, se isso viesse realmente a acontecer, seríamos muito diferentes dos nossos ancestrais das tribos humanas no neolítico.
Nós somos uma espécie que só ocorre neste planeta, ou seja, somos endêmicos da Terra. Hoje não possuímos tecnologia alguma para dominar nosso clima e a evolução das espécies, assim como não podemos fugir daqui para outro lugar. Precisamos de tempo para tentar conseguir avançar nisso, mas tempo é algo que talvez não tenhamos.
Se uma crise global de recursos se estabelecer, como nós nos comportaremos em um mundo quase sem energia elétrica e combustíveis fósseis? Adianto para vocês que nosso comportamento primata para disputa de recursos e território é um só: guerra!
Assim apresento a série Sobrevivência Humana! Nos seis textos que virão abordarei os fatos, exageros e as verdades sobre (1) recursos naturais e crise energética; (2) modelos econômicos e a natureza; (3) fatores naturais (p.e., vulcões, terremotos) e eventos estocásticos da evolução (p.e., extinções em massa, equilíbrio pontuado); (4) doenças infecciosas; (5) limites biológicos dos seres humanos; e (6) a verdadeira ciência contra as previsões esotéricas do fim do mundo.
“A vida na Terra é um rio que começou a correr há 3,5 bilhões de anos e chegou até você e a mim, no meio de uma diversidade espetacular” (Varella, 2000: 8). Até quando esse rio da vida continuará correndo? Até quando estaremos nele? Afinal, nada é eterno e tudo se transforma!
A Sobrevivência Humana!
Referência: Varella, D., 2000. Macacos. Publifolha.
3 comentários:
Como sempre, o texto está muito bom. Tomara que atinja várias pessoas para que pelo menos assistam ao "noticiário" com outros olhos.
E tem gente que fica economizando no saquinho plástico para "ajudar a natureza"...
Se não mudarmos radicalmente nosso modelo sócio-econômico, essas desculpas de pequeno-burguês da "sacola", ou "uma doação anual para um programa de TV" de nada adiantará em termos reais para o planeta.
Os textos não terão tons apocalípticos, pois já bem sabemos de tudo de ruim que poderá vir. Escreverei sobre o agora, futuro muito próximo (apenas décadas) e as pesquisas atuais sobre temas que estão nos afetando e irão mudar as nossas vidas.
Enquanto isso... as bactérias continuam sendo os organismos mais perfeitos da Terra!
Espero que você leia, embora me escute falar de tudo isso no dia a dia!
Abraço,
Waltécio
AS bactérias não brincam mesmo. rs
Estou lendo na Scientific American sobre as superbactérias.
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