sábado, 29 de novembro de 2008

Hipóteses

Tenha as melhores animações!



As hipóteses são redes: só quem as lança colhe alguma coisa. (Novalis apud Popper, 1934)

Para curiosidade e interesse público seguem as minhas hipóteses que já publiquei e as que ando trabalhando.

Ademais, é para mostrar que brasileiros também fazem parte da construção do conhecimento!!!

Hipóteses Publicadas

1) Pentastomídeos (parasitas do trato respiratório de vertebrados) devem ser lobopodados avançados muito próximos evolutivamente de Tardigrada e Onychophora e podem ter derivado no Pré-Cambriano de um ancestral comum com
Facivermis yunnanicus (um animal lobopodado com redução de metâmeros e cefalização de apêndices locomotores).
Evidências: fósseis do Cambriano e caracteres anatômicos dos Tardigrada, Onychophora e Pentastomida recentes.
Publicações: Almeida e Christoffersen (1999, 2002), Almeida et al. (2008).

2) Os grupos de pentastomídeos mais primitivos são os
Cephalobaena, enquanto os mais modificados comprendem os Porocephalus e outros gêneros especializados em parasitismo de serpentes.
Evidências: estrutura e morfologia do cefalotórax.
Publicações: Almeida e Christoffersen (1999, 2002).

3) Animais metaméricos compreendem um grupo monofilético denominado Metameria, possuem um ancestral comum semelhante a uma criatura bentônica, que caminhava sobre o solo marinho usando parapódios como um anelídeo poliqueto. No Pré-Cambriano, a partir de ancestrais poliquetos, houve a derivação dos dois maiores grupos de animais metaméricos que dominam este planeta: Arthropoda (crustáceos, insetos, etc.) e Deuterostomata (lofoforados, estrelas-do-mar, nós vertebrados, etc.). Os Clitellata (minhocas e sanguessugas) derivaram mais recentemente de um outro ancestral poliqueto sedentário relacionado aos grupos Scolecida e Questidae.
Evidências: similaridade molecular dos Clietellata com poliquetos, genes homeóticos compartilhados com "protostomados" e deuterostomados, embriologia, características anatômicas e funcionais.
Publicações: Almeida e Cristoffersen (2001), Almeida et al. (2003).


Hipóteses em Construção

1) Pentastomídeos heteroxenos não são espécie-específicos com seus hospedeiros definitivos. Essa especificidade ocorre em poucas espécies de pentastomídeos monoxenos (p.e.,
Reighardia sternae, Linguatula arctica).
Evidências: mais de um hospedeiro definitivo por espécie de pentastomídeo, histopatologia pulmonar baixíssima, ou ausente.
Publicações relacionadas: Almeida et al. (2006, 2007, 2008a, b, c, d), Anjos et al. (2007, 2008).

2) Pentastomídeos devem competir por sites de fixação com outros parasitas pulmonares. Uma competição por exclusão.
Evidência: em uma mesma área foram coletados lagartos parasitados, ora por pentastomídeos, ora por nematóides, mas nunca juntos no mesmo pulmão.
Publicação relacionada: Almeida et al. (no prelo, 2009).

3) Comunidades de pentastomídeos também interagem entre si e devem realizar, quando possível, distribuição por agregação (em crocodilos há relatos de várias espécies em um mesmo animal). Quando não há espaço (pulmão pequeno), poderá haver apenas uma espécie de pentastomídeo por hospedeiro (eles dever realizar competição por exclusão).
Evidências: em uma mesma área foram coletadas serpentes parasitadas por duas espécies de pentastomídeos, em cada serpente apenas uma espécie de pentastomídeo.
Publicações relacionadas: Almeida et al. (2006, 2007, 2008a, b).

4) Pulmões são órgãos vitais e danos e infecções aqui tornam-se mortais. Por isso, apenas uma longa história evolutiva de relações parasitas/ hospedeiros (Pentastomida/ Vertebrata) deve explicar a baixa histopatologia e quase ausência de sintomas.
Publicações relacionadas: Almeida et al. (no prelo 2009a, b, c).

Obs.: Todas as referências podem ser obtidas em meu CV-Lattes:

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