sábado, 28 de março de 2009

Crônicas universitárias: graduação



Primeiro dia de aula na Universidade
Numa segunda-feira de março de 1993 acordei por volta das 4:30 da manhã. Havia colocado o despertador para às 5:00, mas não consegui dormir direito... Seria meu primeiro dia de aula na Universidade Federal da Paraíba.

A rotina em casa seguia seu curso normal e meus pais estavam cheios de felicidade. Quer dizer, na verdade, minha mãe só queria saber qual seria meu emprego após me formar, como passei para Ciências Biológicas, ela deduziu e falou para todo mundo que eu iria trabalhar no... IBAMA. Meu pai nunca falou comigo sobre esses assuntos.

Gosto de imaginar que minha irmã, Germana, ficou feliz e mais determinada a tentar o vestibular novamente após me ver conseguir entrar na universidade. Ela passou no vestibular um ano depois de mim, formou-se em Ciências Contábeis, foi aprovada em concurso público e hoje é funcionária efetiva da UFPB. Os dois filhos de Dona Geruza e Seu Antônio que foram para a 'faculdade', como os vizinhos sempre falavam.

Então, lá ia eu pegar dois ônibus para ir, dois para voltar:

Levava comigo um papel que era um tipo de guia das aulas do semestre. A primeira seria de "Biologia Celular" no bloco da Biologia no Centro de Ciências Exatas e da Natureza - CCEN e a segunda seria de "Complemento de Física" na Central de Aulas. As siglas eram difíceis de entender, coisas como "CA bloco A", ou algo assim, serviram para que eu ficasse muito curioso com essa "complexidade" diferente do ensino médio.

Central de Aulas - UFPB.


Ao chegar à UFPB, o edifício que mais me impressionou foi o da Biblioteca Central. Achei-o lindo... e haviam três andares de livros! Se eu gostava da biblioteca municipal apertada lá em Bayeux, o que diria de três andares de livros?! Alguns meses depois, de tanto estudar à noite na Biblioteca após o jantar no Restaurante Universitário, eu e meus amigos demos o apelido a ela de "A Casa do Terror" pelo aspecto sombrio à noite... rsrsrs!!! Isso com muito carinho e respeito.

Biblioteca Central da UFPB:


Não fui de militância, mas esta estava por toda parte, aos gritos e punhos cerrados. Vivi na UFPB o final do governo Itamar Franco e todo o tenebroso período neoliberal de FHC.

Era o início de minha vida na universidade.

À procura de estágios e bolsas

Como não foi diferente do ensino médio, fiz amizade com os "párias" que sentavam no final da sala de aula. Eu gostava de Heavy Metal, mas estava numa fase de ouvir apenas música instrumental influenciado diretamente pelo meu amigo Getúlio Luis de Freitas.

Já escrevi antes como Getúlio foi importante para mim e, quando ingressei na universidade, ele era meu referencial para o que tinha de fazer. Getúlio era bolsista do CNPq e... "porra", como admirava o cara. Até 1992 não havia o Programa de Iniciação Científica - PIBIC/ CNPq e as bolsas eram concedidas diretas de Brasília pela aprovação de projetos. Essa modalidade de bolsas era chamada nos corredores de "bolsa de balcão".

Getúlio estava vinculado ao prof. Rafael Guerra com o projeto de ecologia de oligoquetos (minhocas) e contou-me tudo a respeito do trabalho... e eu decorei cada palavra dele.

Na sala de aula, nos primeiros meses, conheci Alexandre Vasconcellos e Rômulo Romeu da Nóbrega Alves. Assim como eu, eram figuras tenebrosas! O primeiro, vindo do brejo paraibano (Campina Grande), parecia um skinhead, careca, branco, com olhos claros e falava vez, ou outra umas frases idiotas dos Demolay e maçonaria. Alexandre era um porre.

Rômulo era magro e tinha um semblante típico de um retirante nordestino, um estereótipo vivo saído das Vidas Secas de Graciliano Ramos. Ele estava na Residência Universitária por ser de família muito pobre e vir do município de São Mamede, no cariri paraibano, um dos mais secos de todos.

Eram meus amigos, hoje os considero irmãos!

Alexandre e Rômulo no início só falavam em abandonar o curso e voltar para as suas casas no interior da Paraíba. Era difícil viver em João Pessoa, as pessoas na universidade eram frias, outras muito metidas, coisas de comportamento pequeno burguês da "classe média" brasileira.

De meu lado, eu não podia falhar, minha família era pobre demais, meu pai era proletário e uma vida em fábricas não me atraia em nada. Sem contar que, após servir no exército, prestei concurso para Polícia Militar e não passei. Caso contrário, minha vida seria completamente diferente hoje, não é?!

Certa manhã falei assim com meus novos amigos:
-"Temos que conseguir bolsas do CNPq. Eu tenho um amigo, Getúlio, que é bolsista, eu sei como é, vamos correr atrás de estágios!!"

Olhem como eu me comportava?! Estava determinado e fui um tipo de Charlie Brown motivando sua equipe de amigos no time de baseball.

Por coincidência, no momento da confirmação de nossa matrícula, havíamos visto a propaganda ao lado na parede da coordenação: "Laboratório de Primatologia Tropical necessita de estagiários voluntários". Fomos para lá com mais cinco outros de nossa turma. Sim, havia uma bolsa do CNPq disponível, mas, seis meses depois, a selecionada foi nossa amiga Sandra Helena. Após isso, desistimos do estágio com macacos.

... Eu continuava precisando de uma bolsa.

Alexandre, Rômulo e eu, os três que passaram a andar e estudar juntos decidimos: vamos bater de porta em porta até conseguirmos estágio.

A professora Rita Baltazar de Lima havia falado na aula de "Botânica I" que estavam precisando de estagiários no projeto Flora Paraibana. Decidimos começar por lá... e lá permanecemos. A profa. Rita dividia provisoriamente a sala com a profa. Maria Alves de Sousa (carinhosamente chamada de profa. Branca), que estava se aposentando. Alexandre ficou com Rita no projeto sobre Vitaceae (a família das uvas, como ele costumava dizer se referindo a... vinho e embriaguez, claro), eu e Rômulo ficamos com a profa. Branca e as pteridófitas (samambaias).

Em 1993 o CNPq lançou o programa de Bolsas de Iniciação Científica - PIBIC e os boatos eram assim nos corredores: tem muita, muita bolsa! O valor era de R$ 180,00 e foi reajustado para R$ 240,00 em 1994. O salário mínimo na época era de R$ 70,00, ou seja, a bolsa era um pouco mais de três salários mínimos (equivalente hoje a R$ 1.395,00)!!!... Seria minha independência, permanência, sobrevivência na universidade.

Sabemos agora do sucesso que é esse programa. Grande parte dos bolsistas continuou até seu doutoramento e são hoje professores universitários com expressiva produção científica.



Consegui me tornar bolsista em 1994 sob orientação da profa. Branca, Rômulo desistiu da botânica e só se tornou bolsista um ano depois, com orientação do prof. Roberto Sassi (ecologia marinha). Alexandre... não teve sorte de início, na época a profa. Rita só tinha mestrado e não atingiu pontuação suficiente na seleção do PIBIC em 1994. Semanas depois, o prof. Adelmar Bandeira convidou ele para ser bolsista em seu laboratório e estudar cupins. Ali começava uma das histórias mais importantes de amizade e parceria profissional da vida de Adelmar. Hoje em dia ele fala para todo mundo que Alexandre foi o seu melhor aluno em todos os tempos.

Moabe Pina da Silva, calouro de 1994.1 se tornou um de nossos grandes amigos. Moabe fazia muito bem nosso estilo, era feio, tímido e nerd. Convidamos ele para ingressar no Centro Acadêmico de Biologia e ele também se tornou bolsista PIBIC com peteridófitas sob orientação da professora Branca.

Na metade de nossa graduação, todos nós éramos bolsistas! Segundo uma palestra da Coordenadora Geral de Pesquisa, Ciência e Tecnologia
, profa. Maria José Lima da Silva, a UFPB possuía mais de 600 bolsas e se tornara exemplar no CNPq pelo desempenho do PIBIC.

Bem, eu desisti da Botânica um ano e meio depois. Não tinha vocação para estudar plantas. Todos meus amigos estavam na zoologia, até Moabe passou a estudar cupins em 1996. Ademais, eu queria era ser um tipo de David Attenborough, defender os animais e tal. Após assistir as aulas de Evolução com o prof. Martin Lindsey Christoffersen, não perdi tempo e mudei do térreo do Departamento de Sistemática e Ecologia - DSE para o primeiro andar da Zoologia.

Pronto... ali no Laboratório de Filogenia dos Metazoa fiz minha monografia de bacharelado, dissertação de mestrado e tese de doutorado:


O Centro Acadêmico

Alexandre foi o responsável em convencer-me à integrar o Centro Acadêmico de Biologia. Chegamos lá e achamos um absurdo, porque estava fechado, sujo e quase sem nada. Conseguimos uma máquina de escrever elétrica com a coordenação (estavam mudando tudo para computadores 486, uma revolução!) e um arquivo velho lá no patrimônio. Limpamos e pintamos tudo. Levei um ventilador para lá e tínhamos até um toca-fitas que incomodava muito as aulas no auditório do Departamento de Biologia Molecular - DBM que ficava ao lado.

Certa vez o professor de Biofísica passou lá e pediu para desligar o som. Alguns minutos depois veio Rogério que falou: "-Gostei de fazer a prova escutando Pantera (Cowboys from Hell), valeu!!!" rsrsrs!!!

Nossa postura política no C.A.: sem partidos políticos! Um desastre!

Estávamos errados, mas achávamos certo, típico da idade. Víamos os esquerdistas e direitistas no DCE e queríamos ser diferentes, concentrar nossas ações no curso de Biologia. Bem, mas nós demos continuidade ao trabalho da gestão anterior e denunciamos o lixo e o desmatamento nos pedaços de Mata Atlântica da universidade, saimos no jornal da UFPB, tivemos audiência com o reitor e depois com o prefeito universitário. Este eu lembro bem, era um Físico e falou assim para nós:

"-Estou com vocês, acho as árvores bonitinhas, mas... precisamos de estacionamento. A universidade está crescendo, serão árvores, ou carros, entendem?! Por mim, cortava tudo, comprava e plantava árvores de plástico. Li algo assim em algum lugar, árvores de plástico são perfeitas".

Saímos da prefeitura com uma certeza: nosso relatório sobre o lixo da universidade seria jogado... no próprio lixo.

Organizamos calouradas, promovemos o voleibol da sexta à tarde (com 5 L de vinho por conta do C.A.... rsrsrs!!!) e coordenamos, junto com o DCE, as carteirinhas da UNE da Biologia.

Quando passamos a diretoria do C.A. de Biologia, achávamos que estávamos no topo da popularidade... eita ilusão! A turma que nos substituiu falou que o C.A. vivia trancado, estava vazio, sem móveis e sujo... rsrsrs!!! Vi o filme se repetir sem a menor criatividade!

Política e muita greve

Com o decorrer do tempo na universidade só pensava em uma coisa: tornar-me um professor-pesquisador de renome internacional. Tive minhas crises feias, porque deveria decidir qual seria ramo da biologia de minha pós-graduação. O que eu iria fazer depois de terminar a graduação?

Há alguns anos atrás quando li a biografia de Charles Darwin (Desmond e Moore, 2001) fiquei fascinado pelo lado humano e ordinário dele como aluno de graduação. No meio de seu curso para o fim, Darwin passou por crises de definição pelo caminho nas ciências naturais. Talvez muitas outras pessoas compartilhem com ele e comigo uma experiência semelhante em suas graduações.

Entre o bate-papo rotineiro com meus amigos, era "pesquisa para cá, vou revolucionar isso para lá". Certa vez falei para Alexandre: "A história dos Pentastomida (parasitas que eu estava estudando) será contada antes e depois de mim".

Perdoem a ingenuidade dos meus 20 anos! Embora queria muito que meus alunos de hoje sonhassem tão alto quanto possível.

Fernando Henrique Cardoso foi contra concursos, professores se aposentaram em massa com receio de perderem seus direitos trabalhistas, os salários e as bolsas foram congeladas... por oito anos. Não deu outra, foi luta e mais luta de classe.

Passei por várias greves, sobretudo dos funcionários. Era sempre radical, carro de som dentro da universidade, corte de luz elétrica e água, piquetes e correntes no portão principal.

Vias de regra deixavam alunos entrar, desde que não fosse para assistir aulas. Como eu ia sempre para o laboratório, tive poucos problemas. Quando encontrava uma turma furiosa e mais radical, pulava a cerca em outro ponto do campus... e seguia para o laboratório e estágio do PIBIC.

Paralisação dos funcionários da UFPB em 2007 (a luta continua companheiros!):


Evandro do Nascimento Silva (hoje professor da UEFS) era um dos alunos mais politizados da biologia que conheci em minha vida. Ele contou sua história de menino pardo, pobre e da luta em passeatas contra ditadura e depois contra os governos neoliberais. Evandro era gente boa... eu... bem, queria sair da pobreza de todo jeito. Repetia para mim como um mantra: "eu não posso falhar". Sei que isso não justifica minha ausência em passeatas, mas meu trabalho no laboratório exigia demais de mim.

Hoje em dia reconheço todo esforço e dificuldades que enfrentamos naquela década sob o julgo de um presidente da direita (PSDB). Depois que me tornei professor vi meu salário ser esmagado por um governador desse mesmo partido, Lúcio Alcântara, que, assim como FHC, era indiferente a manifestações e greves.

Então, sempre que tenho oportunidade e nas eleições, hoje estou nas ruas e sou militante de esquerda. Tenho orgulho de ser do Partido Comunista do Brasil - PCdoB. Antes tarde do que nunca por um mundo melhor!!!

A luta de classe não pode ser evitada sempre que necessária! Como bem disse Maquiavel (1513): "As guerras não podem ser evitadas e quando adiadas, só trazem benefícios para o inimigo".

Viver dentro da universidade

Dormi muitas noites na UFPB. Por morar em Bayeux-PB, caso perdesse o ônibus das 22:00 em frente ao Campus, não tinha como pegar o último ônibus para minha cidade próximo à rodoviária.

Foi na UFPB que aprendi a usar computador e vi o milagre da internet pela primeira vez em 1997, quando aluno do mestrado!!! Dormi no laboratório para aprender isso.

Se tinha uma festa (calourada) e os amigos quase que me amarrassem para eu ficar, ou se quisesse enfiar a cara nos estudos durante a madrugada... Comprava ficha telefônica e ligava para casa e avisava minha mãe.

Em muitos momentos passei a viver dentro da universidade!

A minha maior permanência nas noites no laboratório foi por causa de minha monografia. Não possuía computador em casa, era um luxo máximo naquela época. Não esqueço que no momento de finalização do trabalho monográfico, entrei na sexta-feira, só sai na segunda pela manhã. Levei sandwich, biscoito. A fome foi tão grande no domingo à tarde que eu e um amigo que estava lá, Marcos Antônio, fritamos um ovo e sardinhas na bandeja de dissecação de mamíferos ao fogo de Bico de Bunsen.

Em uma terça-feira de 1996 tirei 10,0 em minha monografia sob os aplausos do auditório do DSE lotado. Publiquei os resultados dessa pesquisa em 1999 na melhor revista da área, The Journal of Parasitology - Estados Unidos. Até os dias de hoje, esse trabalho continua sendo um dos meus melhores, o mais citado e o mais aceito internacionalmente. É hoje considerado um marco da evolução dos pentastomídeos. A história desses animais não foi contada antes e depois de mim como brincava com Alexandre... A história evolutiva desses animais foi contada por mim.

A magia da universidade

A vida na universidade é um encanto. Certo dia, minha irmã me ensinou a rasgar o jeans com uma pedra para ficar desgastada e natural... para ficar punk. Amei os farrapos que ficou. Minha mãe arregalou os olhos, as pessoas olhavam atravessadas no ônibus... mas, era ultrapassar os portões do Campus... e era como se eu fosse o mais ordinário entre tantos e tantos outros.

Ficar na frente da Bibliotea Central, vez ou outra, podia-se ver o professor Arturo Gouveia do curso de Letras. Ele tinha metade do bigode raspado, a outra não; uma sobrancelha de um lado, o outro olho pelado; um pé com uma sandália, o outro descalço. Nunca vi algo tão diferente andando... Escrevo, diferente para um professor com doutorado e autor de livros ótimos, como "O Mal Absoluto":


Claro, é um exagero, a maioria dos professores, funcionários e alunos era bem "normal". Entretanto, estávamos tão absorvidos nos estudos e estágios que não nos preocupávamos com o visual, ou jeito de ninguém... Os originais na universidade são admirados, mesmo com todas as suas diferenças.

Amava a liberdade na universidade nos tempos de minha graduação. Voltei a escutar Heavy Metal, comprei camisetas de bandas, furei a orelha, o cabelo cresceu... eu fiquei pra lá de feliz! Claro, que expressava essa minha "felicidade" com uma baita cara feia, muito feia... Fazia o tipo do "metálico (não gostava do termo 'metaleiro') com cara de mal"... Quem me conhecia sabe que era só tipo... e bem exagerado!

Na música, os anos 1990 foram todos repletos por bandas de... 1980!!! Eu não sabia que esse fenômeno continuaria na década seguinte de 2000! Será que continuará em 2010?! Mesmo assim, enquanto meus dias de graduação passavam, acompanhei os melhores discos do Sepultura e o surgir do Angra. Na europa surgiram novos estilos que me fascinaram como Death Metal Melódico e o Gothic Metal. Bandas hoje que fazem parte do mainstream europeu eram todas underground no início da década de 1990. Paradise Lost, Anathema, Amorphis, Sentenced, In Flames, Dark Tranquillity, só para citar minhas preferidas entre tantas outras que surgiram nessa época. O mundo transpirava os Estados Unidos com seu movimento Grunge nas músicas do Nirvana, Soundgarden e Pearl Jam... depois veio o fenômeno do Pantera contra todo esse modismo, voltando as influências do thrash metal da década de... 1980!!! rsrsrs!!!

Em dezembro de 1996 passei em quarto lugar na seleção do mestrado em Ciências Biológicas (Zoologia). Estava na lista dos bolsistas da CAPES e muito aliviado por isso. Poucas pessoas sabem, mas Alexandre, penúltimo lugar na seleção, já havia casado, tinha uma linda filha. Não deu outra, dividi minha bolsa de mestrado com ele por cerca de seis meses e acho que ainda hoje ele me deve uma grana, não Alexandre?! rsrsrs!!! Amigo é para todo tempo, na ciência e na vida!

Essa não é toda história, faltam tantos detalhes, tantas pessoas que não citei e peço perdão por toda essa simplificação. Por falar em história, o mestrado é outra... a vida na pós-graduação e os sonhos mais elevados.

Continua...

10 comentários:

Tassos Lycurgo disse...

A educação modifica o homem, torna-o diferente, uma nova pessoa. A universidade (a verdadeira universidade) possibilita isso. Sua história é emocionante, Waltécio. Quando ensinava no Departamento de Direito daí, conheci vários alunos que chegavam a viajar 150 km para ir à aula e a mesma distância para voltar (às vezes até mais). Respeito muito pessoas como essas, assim como você. Continue escrevendo, pois seus textos, à parte as qualidades que tem, servirá antes de tudo como impressionante estímulo para os que possam pensar em desistir. Essas pessoas o agradecerão, amigo.

Abraço,
Lycurgo

Cordelirando disse...

Li, pela primeira vez um texto seu, a fim de fugir das leituras relativas ao Direito, ao estresse do presente momento...relativas a tudo que ora me irrita...há muitas coincidências em nossa trajetória...excetuando o gosto por havy metal...eca! rs que nao suporto...o resto...as dificuldades, a lealdade aos amigos, o gosto pelos estudos, a familia humilde, o desejo de fazer algo grandioso...enfim, a paixao pelas coisas...nisto somos iguais...ah, e sobretudo quanto a um estilo de beleza-feia, que é quase um protesto, um libelo acusatório...estas coisas que tu conta...enfim, gostei do que li...

Waltécio disse...

Lycrugo e Salete, muito obrigado!!!

Acabo de escrever no scrapbook de Salete no Orkut: é uma história ordinária. Compartilhei ela com muitas pessoas.

Meu amor pela UFPB é muito grande. Uma universidade pública, gratuita e de qualidade é transformadora da realidade deste país.

Nosso povo lê pouco, ganha pouco e é explorado. Diminuir e um dia acabar com isso é um de nossos desafios políticos e humanistas.

Fazer ciência e tecnologia também é outro.

Vejo hoje em dia meus primeiros orientados na URCA, ora iniciando, ora terminando seus mestrados aqui e em outras IES (UFMA, UFPB e UFPE). Faço questão de produzir ciência com eles e todos possuem artigos publicados em boas revistas... Imaginem as histórias que esses futuros professores-pesquisadores (doutores e pós-docs) um dia contarão?!!

Tenho orgulho e amor fraterno por eles!!! Claro, embora não goste de expressar isso... afinal, eles tem que trabalhar... rsrsrs!!!

Espero que meus filhos tenham a mesma oportunidade em universidades públicas!

Por fim, Salete, eu comecei a escutar Heavy Metal aos 17 anos. Traduzir as músicas, descobrir as bandas conversando com amigos, indo as lojas procurar LPs, trocando fitas K-7, lendo revistas e zines (também de amigos... não tinha grana para essas coisas)... marcou demais minha vida.

Eu era inconformista... outros me rotulariam de "revoltado". Ainda bem que estava em Bayeux, naquele subúrbio de gente pobre, mas honesta e sincera. Não havia criminalidade por lá. Minha revolta social foi toda canalizada... em música!

Música é arte... mesmo que aos urros guturais de quem precisa gritar!!!

Abraço para Lycurgo, beijo para Salete!!!

Waltécio disse...

Falando em orientados, agradeço demais a Débora por ter lido e indicado meus erros mais crassos de português.

Beijos minha querida!

Unknown disse...

:D

Tassos Lycurgo disse...

W.,
Abraço já é demais.
Aperto de mão é de bom tamanho.
hehe
tl

Débora Lima disse...

O Lycurgo reclamou do abraço (embora tenha mandado um antes), mas eu aceito os beijos!
rsrs

:D
:***

Waltécio disse...

Obrigado mesmo, Débora!

Não apenas por apontar os erros desse post, mas seu e-mail com a revisão de todos os outros.

Tentarei nos próximos tomar mais cuidado com a acentuação dos verbos!

Mais beijos para você!!!

E outro abraço para Lycurgo!!!

:D

Anônimo disse...

Grande Waltécio. Achei esse post por uma questão pseudoexistencial. Um amigo brincou ao dizer que se não estamos no Google não existimos. Ai fiz uma busca com meu nome e bingo... achei uma citação a mim na sua crônica universitária.

Cara, muito bom ler o que escreveste. Me fez relembrar um monte de coisas que eu também vivi na UFPB. Que sessão nostalgia. Tudo de bom pra você. Um grande abraço.

Evandro do Nascimento Silva

Waltécio disse...

A internet deixa tudo mais próximo e permite alguns encontros inusitados e pra lá de felizes.

É assim que eu vejo esse pequeno ponto de singularidade única. Evandro, como fiquei feliz em ler notícias suas. Queria ter postado o nome de tantas outras pessoas... Mas, o seu é um daqueles que não poderia estar fora em qualquer situação.

O sucesso de sempre para você meu amigo! Aproveitando o fim de ano, boas festas, saúde e muita paz para você!!!

Abraço,

Waltécio

 
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